Em 1993, um grupo de pesquisadores experimentais do Departamento de Física (DFis) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) publicou o primeiro artigo em revista científica (Journal of Magnetism and Magnetic Materials) com dados experimentais produzidos nas precárias condições laboratoriais de pesquisa do DFis/Ufes.
Ainda em 1993, foi criado o Programa de Pós-Graduação em Física da Ufes (PPGFis/mestrado) com (i) o empenho de alguns dos professores do DFis/Ufes, (ii) o apoio das instituições de fomento a pesquisa (CNPq, CAPES, FINEP) da época e (iii) uma política da Ufes bem sucedida de treinamento de seus professores/pesquisadores.
Os principais projetos científicos aprovados por agências de fomento à pesquisa desde então foram: (a) FINEP (1993-1995), (b) CNPq (1998), (c) CAPES/GOVERNO DO ES (1998), (d) FAPES-FINEP (2006), (e) três EDITAIS PRONEX FAPES-CNPq (2007, 2011 e 2017), (f) um Pronex-Capixaba (2022), (g) vários editais universais CNPq (2001, 2003, 2006, 2010, 2012, 2014, 2022) e FAPES (2017, 2021), que aportaram um montante de aproximadamente R$ 15 milhões de reais (em valores atuais) aos laboratórios de pesquisa do DFis e do PPGFis. Além disso, vários projetos foram aprovados em editais de manutenção FAPES (2013, 2017, 2021) e CAPES (2013). Os recursos destes projetos ajudaram, em 2003, na abertura do Curso de Doutorado em Física do PPGFis. Em 2016, com o último PRONEX, ocorreu naturalmente a criação do NNMES devido a boa infraestrutura experimental que hoje atende os pesquisadores do Núcleo (regional, nacional e internacional) para o desenvolvimento de trabalhos de alto impacto, como pode ser observado na Aba publicações desta página.
Os principais equipamentos em operação no NNMES são: (1) Sistema Magnetron Sputtering (com 7 magnetrons), (2) Sistema de Medidas de Propriedades Física (PPMS) operando com 5 módulos de medidas com campo de até 9 T e temperaturas de 1,8 até 1000 K, (3) Microscópico de Força Atômica (AFM), (4) Microscópico Eletrônico de Varredura (MEV), (5) Espectrômetros Mössbauer operando entre 10 K e 1000 K, (6) Difratômetro de raios X, (7) Calorímetro Diferencial de Varredura (DSC), (8) Analisador Termogravimétrico (TGA), (9) Sistema de Medidas de Hipertermia, entre outros.
Esta infraestrutura favoreceu o fortalecimento das interações científicas com pesquisadores de diversas instituições do Brasil (UFRJ, UFMG, CBPF, UFF, UFG, CDTN, UFRN, UEM) e no exterior (Alemanha, Argentina, Bélgica, Inglaterra, EUA, França, Peru,Rússia, Índia, China, República Tcheca) e tem contribuído para a descentralização do desenvolvimento C&T no Estado do Espírito Santo, através da participação de pesquisadores do Norte do Estado (Linhares e São Mateus). Hoje, são aproximadamente 14 projetos que estão sendo desenvolvidos no NNMES, com participação de alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Ao longo destes 29 anos (1993-2022), destacamos a formação de pessoal qualificado: 8 pós-doutores, 26 doutores, 66 mestres, mais de 150 alunos de iniciação científica e mais de 300 artigos internacionais publicados com mais de 4000 citações no mundo.
Os principais laboratórios da UFES, que fazem parte do NNMES, são:
LABORATÓRIO DE ESPECTROSCOPIA MÖSSBAUER E MAGNETOMETRIA (Lemag) possui quatro pesquisadores sendo dois com bolsa de produtividade do CNPq (níveis IC e II). No Lemag se preparam, caracterizam e testam novos materiais nanoestruturados [filmes finos (2D), nanofios (1D) e nanopartículas (0D)] magnéticos, supercondutores e catalíticos produzidos por processos físicos e químicos.
LABORATÓRIO DE MATERIAIS CARBONOSOS E CERÂMICOS (LMC) se preparam e se caracterizam materiais carbonosos (ativados ou não), nanopartículas crescidas nos poros, etc.
LABORATÓRIO DE CÁLCULO DE ESTRUTURAS ELETRÔNICAS se investigam propriedades eletrônicas a partir de cálculos de DFT (Density Functional Theory), onde modelos teóricos são testados a partir dos experimentos realizados no Lemag e/ou LMCl.